Verso

Um caminho à beira da estrada. A curva fora do ponto. O conto de fodas. Bodas de nada. Cada verso é inverso. Um trote. Uma morte. Uma vida varrida. Uma adaga amolada.

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O ser vil que te serviu para dar boas viagens O personagem lascivo recorrente das obras de Dostoieviski. O chupa-cabra noticiado pelo Fantástico em 1996. O que há de mais tecnológico em matéria de letras noturnas e soturnas. Aquele que inaugura uma nova escola literária: passivos nocivos (isso mesmo, entenda da pior forma). O pai do salvador do mundo. (Cristovão Júnior).

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ARTE DE RUA. SERÁ O BENEDITO?

Por: Harlen Ronald

Zé Benedito traz no matulão obras-primas criadas por artistas analfabetos que revolucionaram a literatura e a musica.

O poeta Castro Netto, artisticamente conhecido como Zé Benedito, tem formação no campo musical e, desde a adolescência, se interessa pela cultura popular, principalmente pela literatura de cordel.

Durante suas apresentações, o poeta homenageia os poetas e músicos analfabetos, recitando poesias como as de Cego Aderaldo, e musicas como as de Cartola.

Atualmente, Zé Benedito faz uma pesquisa sobre a cultura popular do Pará. Ele se impressiona com as diferenças entre o piauiense e o paraense, que, apesar de estarem a apenas mil quilômetros de distancia um do outro, têm percepções completamente diferentes do mundo e conta que o povo paraense luta pela preservação de sua cultura.
“Qualquer evento promovido no Pará tem a obrigação de mostrar o carimbó e as outras danças e expressões populares da região, enquanto o boi piauiense só é visto durante as festas juninas”, afirma.

Na sua opinião, as universidades são a principal causa de a cultura popular ter ganhado força de expressão e reconhecimento no meio urbano, promovendo a união entre essas duas visões de mundo e dando visibilidade ao modo de vida do interior.

CULTURA POPULAR versus TECNOLOGIA?

A tecnologia, segundo ele, entra na cultura popular, mas não oferece as bases necessárias para que um ser humano fique informado. Um exemplo disso é o fato de a maioria das pessoas que moram na zona rural terem celulares de última geração, mesmo sem saber como obter conhecimentos sobre o mundo ao seu redor por meio desse aparelho. “Nesse sentido, acho importante a persistência das rádios AM, por exemplo, que promovem a informação e a aproximação entre as pessoas”, diz Castro Netto.

Um dos impactos da indústria na arte, é o fato de os artistas, principalmene os músicos, precisarem produzir inúmeras obras num curto período de tempo. O imediatismo do mercado acaba prejudicando a qualidade e até mesmo a criatividade dos artistas.
“A industria e as tecnologias tendem a ‘trancar’ as pessoas em casa. A televisão, por exemplo, substituiu a cultura oral. Sem coletividade e sem a oralidade, não existe cultura popular”, diz o poeta.

SERÀ O FIM?

Na sua visão, a cultura popular piauiense tende a se extinguir, pois a maioria das empresas não dá visibilidade a eventos que promovem este tipo de arte. “O Festival de Violeiros, por exemplo, só é patrocinado por uma empresa, mas qualquer artista ‘de fora’ recebe patrocínio de todas as faculdades e outras empresas piauienses. Não se dá valor ao que é do povo do Piauí”.

Castro Netto tem se apresentado em várias casas de shows de Teresina, divulgando seu trabalho e falando sobre livro que irá lançar.

Telefones para contatos com Zé Benedito: (86) 8814-1412