Verso

Um caminho à beira da estrada. A curva fora do ponto. O conto de fodas. Bodas de nada. Cada verso é inverso. Um trote. Uma morte. Uma vida varrida. Uma adaga amolada.

Ah! Não me amole!

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O ser vil que te serviu para dar boas viagens O personagem lascivo recorrente das obras de Dostoieviski. O chupa-cabra noticiado pelo Fantástico em 1996. O que há de mais tecnológico em matéria de letras noturnas e soturnas. Aquele que inaugura uma nova escola literária: passivos nocivos (isso mesmo, entenda da pior forma). O pai do salvador do mundo. (Cristovão Júnior).

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lamento de um candidato a cidadão...

Por: Harlen Ronald (Publicado em vacaroxa.blogspot.com, em 28 de agosto de 2006)

A festa da democracia se inicia mais uma vez. É chegada a hora, irmãos!

Os candidatos já estão começando a se lembrar que existem lugares como a Ceasa e o Parque Eliane. Nossa! O Mão Santa até foi lá, depois de três anos e meio. Quem diria! Quando a necessidade bate à porta, vale tudo mesmo.

Devemos agora recordar as maravilhosas obras que todos eles fizeram pelo povo: as ruas asfaltadas, os esgotos, o incentivo à cultura. Meu Deus, quanta coisa!

E tudo foi feito devido à sua imensa misericórdia, já que nada disso é dever dos governantes.

Pelo amor de Oxum, digam pra esse candidato maluco parar de me atazanar, o cara tá com um carro de som há mais de uma hora e tocando a mesma música. Ainda por cima, alega o que fez há uns vinte mil anos atrás, quando o tio dele era governador e o nomeou secretário da puta que pariu.

Sem falar nos intelectuais, me dizendo que meu voto é garantia de exercício da cidadania. Disso eu sei, cara! E o seu Raimundo, que mora lá na Chapadinha, também sabe.

O problema não é votar, é acreditar que nesse papo de cidadania. Puxa, vida. Eu só sou cidadão a cada quatro anos ,irmão. Isso é sacanagem. O resto do tempo sou tratado que nem um animal. Opa! Peraí! Os animais têm uma sociedade protetora, enquanto meu sindicato tá cheio de cabo eleitoral e totalmente desfacelado.

"Ah! Mas o povo tem direito de reclamar!" Como? Vamos sair por aí, caminhar pela cidade inteira e depois sentar na frente da prefeitura ou do karnak? Eu não tenho pique pra fazer isso. Tô muito cansado do trabalho. "Mas vocês podem exigir uma reunião com as autoridades". Se liga, cara! Primeiro: os caras vão fazer de tudo pra não receber a gente.

Se vacilar, farão como um certo vereador teresinense, que, há um tempinho atrás, chamou todos os professores de vagabundos e mandou a PM baixar o pau. Também, pudera! Ficar reivindicando direitos na frente do karnak é coisa pra quem não tem o que fazer. Como diria Alberto Silva: "_Que espécie de funcionário é esse, que não agüenta cinco meses de atraso?" Acho que nesse momento, ele não tava conseguindo diferenciar salário de sexo. Mas, tudo bem. Só não vem me chamar de alienado, porque pensar na nação é muito fácil durante a copa do mundo. Mas, tente fazer isso com cinco filhos menores e uma renda medíocre.

Alguém, por favor, pense em mim, que eu já tô ficando sem Noção e sem nação.

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